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Resenha do vídeo "Especial José Pacheco – Escola da Ponte"


Vista de longe, pode parecer desorganizada. Mas é quase impossível ter uma primeira impressão mais errada do que essa. A Escola da Ponte é uma escola pública de Portugal que foi fundada há mais de 40 anos. O principal nome ligado à escola e o de José Pacheco, que foi um dos fundadores e um dos criadores da metodologia de ensino utilizada na escola. Ela é bem parecida com as outras escolas, exceto por alguns detalhes: não existe divisão por séries, não existe sala de aula e os alunos escolhem quando vão fazer os seus testes. Uma pessoa acostumada com a escola aqui no Brasil iria questionar: ‘’Como assim? Então isso não é uma escola!’’.

Mesmo assim, a Ponte é uma das escolas com os melhores índices de educação de Portugal. Os alunos fazem o seu próprio calendário de estudos a cada 15 dias com o auxílio do professor orientador. Um aluno pode estar estudando a matemática da 6ª série e a história da 8ª série, por exemplo. Apenas os conteúdos são divididos, mas não são classificados em série, já que cada estudante tem um desempenho diferente. A sala de aula é um espaço onde todos os professores e todos os alunos convivem juntos e podem sair quando quiserem. Os testes são marcados pelos próprios alunos quando eles se sentem confiantes nas matéria que estudaram, não existe essa de teste surpresa, cada um tem seu tempo de aprendizado.

‘’[A Ponte] organiza-se em trabalho em equipe, fundamentalmente’’, afirma José Pacheco. É em torno desse objetivo de criar uma relação maior entre os alunos, os professores e a equipe do colégio que a escola se baseia.

Os dispositivos, como José chama, são técnicas criadas para melhorar a passagem de informações e a criação de conhecimento. Alguns exemplos são os quadros de ‘’Posso ajudar’’ e ‘’Preciso de ajuda’’ onde os próprios estudantes são intimados a procurarem ajuda e ajudarem seus colegas antes de irem para os professores. O mais incrível é que esses métodos funcionam e acabam criando mais relações de trabalho em equipe e de pesquisa.

Segundo José Pacheco, a Ponte tenta ‘’centrar na relação entre pessoas toda a aprendizagem, partindo de desejos, de sonhos, de dificuldades, problemas, de necessidades pessoais e do grupo’’. Ou seja, tudo parte da realidade local para ser colocado em prática na escola. O mais importante do método é que todos os dispositivos da Ponte são constrangedores. Ou seja, elas instigam o aluno a tomar a ação e conversar com outras pessoas. A aprendizagem na Ponte segue um modelo educomunicativo quando se inspira em algumas etapas:

  1. O trabalho em equipe: Estar em equipe para buscar informações sobre algum tema obriga o aluno a trabalhar porque outras pessoas estão dependendo diretamente dele.

  2. Os professores: Eles estão ali a disposição de todos para auxilia e ensinar a pesquisar, a selecionar informação. Além disso, ajudam a analisar, criticar, sintetizar, comparar e avaliar a informação.

  3. Os dispositivos: São inúmeros os métodos que ajudam a transformar a informação recolhida em conhecimento. É importante perceber a diferença entre essas duas palavras, a informação precisa ser muito bem trabalhada para gerar conhecimento.

  4. A ação: Com alguns métodos da escola, a informação que foi transformada em conhecimento precisa passar para a ação com projetos concretos de transformação social e pessoa.

A Ponte trouxe uma nova dinâmica para a educação. No vídeo, José Pachecho chega a comentar que um pós-doutorado sobre educação da França afirma que é possível estudar a educação antes da Ponte e depois da Ponte. Ela possibilita que o aluno tenha autonomia na sua produção de conhecimento e propicia o desenvolvimento de habilidades de comunicação e incentiva ações sociais nas comunidades.


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