NCEP promove exibição do documentário “Quinze Doze: cinema de rua” para toda comunidade acadêmica
O evento abordou temas relacionados às pessoas em situação de rua e a necessidade de se construir vínculos entre diferentes mundos
O auditório do Departamento de Comunicação Social da UFPR contou com a presença de mais de 50 estudantes para a mostra do documentário (Foto por: Mirella Joels)
Na última segunda-feira (14), Camilo Santiago Barbosa e Vinicius Gomes de Carvalho, formados em Comunicação Social pela Universidade Federal do Paraná, exibiram seu trabalho de conclusão de curso (TCC) produzido em 2016, quando produziram um curta sobre moradores de rua e o Movimento Nacional de População de Rua (MNPR).
O auditório do campus de comunicação ficou lotado para a apresentação de “Quinze Doze: cinema de rua”. A plateia contou com a presença de estudantes de todos os anos, além dos membros da gestão de 2017 do Núcleo de Comunicação e Educação Popular (NCEP).
Camilo e Vinicius, produtores do documentário, relatam que chegaram a passar uma noite na rua junto com as pessoas nessa situação (Foto por: Mirella Joels)
A ideia do documentário surgiu do interesse de Vinicius por temas “antiacadêmicos” e por já ter sido integrante do NCEP, estava familiarizado com comunicação popular. No início do trabalho, os – até então – universitários fizeram oficinas com o intuito de ensinar as próprias pessoas em situação de rua a registrarem sua realidade por meio das câmeras.
A partir desse contato, Camilo conta que foi possível quebrar o gelo e estabelecer uma conexão entre pessoas com experiências de vida completamente diferentes.
Essa mesma conexão acontece no jornal “A Laje”, um projeto do NCEP, que auxilia o MNPR a produzir um jornal sobre e para eles.
Uma das participantes do projeto, Raisa Toledo, acredita que o evento trouxe uma discussão que precisa ser abordada na sociedade. “Ao mesmo tempo que é uma coisa que vemos a todo momento na rua, a gente compreende muito pouco”, argumenta. “O documentário tenta mostrar a realidade da forma mais próxima possível. É importante para as pessoas entenderem e mudarem um pouco a compreensão que normalmente têm sobre quem está em situação de rua”, completa estudante do quarto período do curso de jornalismo.
Última edição impressa do jornal “A Laje”, produzido pelos membros do Movimento Nacional da População de Rua em conjunto com o Núcleo de Comunicação e Educação Popular (NCEP) (Foto por: Mirella Joels)
O aluno de publicidade e propaganda, Gabriel Navarro, assistiu “Quinze Doze” e relata que o cinema de rua ajuda a desconstruir conceitos de quem assiste. “Foi muito interessante, porque permitiu que eles mostrassem a rotina dos moradores de rua de forma sincera e descontraída, diferente do que é mostrado na mídia”, afirma Gabriel.
Já para Luana Lopes, estudante de jornalismo, por ser um projeto de TCC, o documentário se destaca ainda mais. “A gente tá acostumado com monografia e os meninos mostraram que é possível fazer uma coisa diferente e legal”, destaca Luana, que conclui: “é difícil ver os moradores de rua representados na mídia. Então quando a gente vê, começa a refletir e a pensar de que maneira podemos mudar as coisas”.