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Brunno Covello e a Comunicação Popular através da fotografia


“Quero tentar trazer esse olhar, de um povo colorido e feliz” diz o fotógrafo Brunno Covello, em palestra sobre seu trabalho com os haitianos.

Brunno Covello mostra fotos de seu projeto com os haitianos, além de compartilhar imagens de sua ida ao país (Foto: Jessica Skroch).

Brunno Covello é fotógrafo e repórter. Trabalhou cerca de oito anos na Prefeitura de Curitiba e dois anos e meio na Gazeta do Povo. Ganhador de várias premiações, incluindo o Fiep de Jornalismo 2014 e o MPT de 2015, ambos na categoria fotojornalismo.

Recentemente, começou a divulgar seus trabalhos "O Haiti é Aqui" e “Recomeço?”, que retratam um resumo sobre a realidade de diversos haitianos imigrantes no Brasil. Após a palestra durante a Semana Acadêmica de Comunicação na Universidade Federal do Paraná, Brunno Covello relata em um bate-papo com o NCEP – Núcleo de Comunicação e Educação Popular, o que lhe motivou a começar o projeto e a sua relação com a comunicação popular.

NCEP – Núcleo de Comunicação e Educação Popular: Como surgiu o projeto e o interesse em fotografar os haitianos?

Brunno Covello: A ideia surgiu por curiosidade minha. Eu via muitos haitianos no centro e queria entender quem eram aquelas pessoas. No jornal (Gazeta do Povo), começamos a ter muitas matérias relacionadas aos migrantes, onde fui tentando fazer elas sempre. Uma vez, estávamos realizando uma entrevista com dois haitianos vítimas de racismo e violência no trabalho e aquilo mexeu demais comigo, a ponto de pensar em fazer alguma coisa paralela - um projeto para documentar a vida deles e trazer uma visão mais ampla de quem são essas pessoas.

NCEP: De certa forma, você desconstrói a imagem dos haitianos que a maior parte das pessoas têm, como é isso para você?

B.C.: Foi um objetivo desde o começo. Eu acredito que projetos assim não podem ser ‘fechados’ – ter uma ideia e querer fazer do jeito que imagina. Entretanto, esse conceito de desconstruir a imagem que tem na mídia dos migrantes haitianos era o principal objetivo. Eu queria empoderar essas pessoas de alguma maneira. Não tenho pretensão nenhuma de mudar o mundo, eu sei que é muito difícil, mas acho que eu posso contribuir com essa discussão e trazer outra perspectiva, onde os haitianos não sejam só fato ou notícia. Enfim, ter uma história mais completa das pessoas.

NCEP: Poderíamos estabelecer uma ponte entre o seu trabalho e a comunicação popular, que também é um viés do nosso projeto?

B.C.: Sim, temos o mesmo objetivo – de empoderar, de trazer dignidade, uma visão diferente, outra perspectiva. Vocês devem viver as mesmas dificuldades que eu tive com o projeto, é devagar, tem que ganhar confiança e conhecer as pessoas, além de entendê-las e respeitá-las, aceitar um ‘não’ como resposta... Acho que em linhas paralelas, caminhamos com o mesmo objetivo.

"Todo mundo é um mundo dentro de si mesmo, a gente não pode querer fechar ou taxar certas coisas."

NCEP: Se você pudesse traduzir em uma palavra ou frase o seu projeto, qual seria?

B.C.: Acredito que DIGNIDADE. Todo mundo é um mundo dentro de si mesmo, a gente não pode querer fechar ou taxar certas coisas. Acho que essa palavra definiria um pouco do que eu busco com esse trabalho.


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