Resenha "A educação proibida"
Resultado de pesquisas e entrevistas com 90 educadores de diferentes países, o filme questiona o atual sistema de ensino, que segue as normativas do modelo “Prussiano”, século XVIII, e reflete verdadeiras ditaduras dentro da escola. Com a pretensão de gerar uma massa de pessoas obedientes e competitivas, sem levar em consideração a liberdade de escolha, a independência e a particularidade de cada pessoa, as escolas são colocadas no patamar de fábricas, com horários, espaços e normas muito evidentes.
Esta perspectiva é responsável pelo atual desinteresse, tanto de alunos quanto de professores, pois mina todo o processo de ensino-aprendizagem e desumaniza o estudante, que não é motivado a ser agente de transformação.
Em contrapartida, a educação proibida, que dá nome ao filme, ascende como nova proposta. Surge de métodos e pedagogias incentivados por educadores como Paulo Freire e Maria Montessori. Sendo assim, o aluno é protagonista e sujeito ativo do processo. A valorização das diferenças, a experimentação, a criatividade, o desafio e a liberdade são características deste formato, que não possui estruturas de poder e oportuniza ao educando ser não somente depósito, mas também fonte de conhecimento.
Ao professor, que moldado a partir dos parâmetros tradicionais, encontra-se engessado num sistema que oprime não somente ao aluno, mas a ele também. Condicionado a impor o medo e sua autoridade, transforma o espaço da escola em local de guerra. Enquanto o novo modelo, potencializa o trabalho do professor e estimula o fazer educação com amor.
Diante da sociedade em que vivemos, a educação proibida valoriza a formação de uma comunidade menos autoritária, em que o sujeito compreende que seu sucesso somente acontece a partir do bem estar do outro. Esta concepção tem interferência em todo o âmbito social, desde as relações familiares até a produção da comunicação, que nos diz respeito.