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Jogos e aplicativos digitais facilitam a aprendizagem


As tecnologias dentro da sala de aula e do ambiente profissional sempre foram um problema. No ano passado, a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep) aprovou a Lei nº 18.118/1 que proíbe o uso de equipamento eletrônicos nas salas de aula de todo o estado do Paraná. Porém, a tecnologia, quando bem empregada, pode ser um mecanismo facilitador do ensino.

A professora Jéssica Figueiredo, da Paraíba, apresentou um trabalho no VI Encontro Brasileiro de Educomunicação, que ocorreu nos dias 10 a 12 de junho na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) em Porto Alegre, onde explorou a utilização do jogo ‘’Zelda: Ocarina of Time’’ para ensinar inglês para os alunos. ‘’A aprendizagem fica mais fácil porque a gente foge da sala de aula e insere os alunos em um contexto diferente de aventura dentro de uma narrativa’’, comenta. Para a professora, a educação está passando por um momento de transição em que é preciso aprender a usar as tecnologias. ‘’O ser humano sempre foi fascinado por contar história, e agora nós temos novas narrativas: as digitais’’, afirma.

Imagem do jogo Zelda: Ocarina of Time, usado por Jéssica em sala de aula. (Foto: Reprodução)

Imagem do jogo Zelda: Ocarina of Time, usado por Jéssica em sala de aula. (Foto: Reprodução)

A opinião positiva de Jéssica Figueiredo não é um caso isolado. Muitos professores que resolveram dar uma chance para a tecnologia não se arrependem. Esse é o caso da professora do curso de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Rita de Cássia Paulino. Em conjunto com a mestranda Marina Empinotti, produziu um aplicativo que ajuda no estudo de história, mais especificamente do Golpe de 64. ‘’O digital é muito importante no aprendizado porque trabalha a questão do empoderamento pelos alunos e possibilita que eles debatam criticamente sobre o tema de forma mais descontraída e atual’’, comenta a professora. Além de produzir, ela participou da aplicação das atividades em duas escolas de Florianópolis. ‘’Precisamos agora capacitar os professores para que esses consigam usar a tecnologia para suprir as demandas da sala de aula e dos alunos’’, afirma.

O aprendizado não fica restrito às salas de aula convencionais. Tereza Tiyoko Ueda Kamimoto, 52 anos, é fonoaudiologa e comprou um tablet para utilizar com seus pacientes. ‘’Eles passaram a participar muito mais das consultas’’, relata. Ela atende principalmente crianças e contou que uma das maiores dificuldades é fazer com que as crianças realizem os exercícios necessários. ‘’Busquei alguns jogos que trabalhassem aspectos de memórias e de palavras para facilitar o envolvimento com as crianças’’, afirma Kamimoto. Os resultados vieram mais rápido do que a profissional esperava. ‘’As crianças já vem animadas para jogar e fazem os exercícios mais bem feitos, além de trabalharem coordenação motora e as palavras nos jogos’’, comemora.

Tecnologia para maior acessibilidade

Para ajudar as crianças surdas a aprenderam a língua portuguesa de forma mais rápida e divertida, a então estudante de Sistemas da Informação na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) Patrícia Leite resolveu desenvolver um jogo que tivesse uma narrativa que atraísse as crianças e ao mesmo teve contasse com um conteúdo pedagógico. ‘’O principal problema foi encontrar o equilíbrio entre os dois mundos’’, conta.

Mas, o problema foi facilmente resolvido graças a parceria da equipe com a professora e doutora em Letras, Sueli Fernandes, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O design do jogo foi sendo montado e depois inserindo os conteúdos pedagógicos com sugestões da professora. ‘’Tudo que tem imagem, foto, desenho, ilustração, auxilia a criança a interpretar a letra. Nesse sentido, os jogos são muito legais porque são visuais e apresentam uma narrativa complexa para a criança’’, explica a professora.

Educomunicação

A educomunicação é uma área de ensino que mescla a educação com a comunicação. Para a educomunicação, o aprendizado precisa envolver os meios de comunicação. ‘’Hoje em dia, é extremamente necessário que usemos a tecnologia no aprendizado’’, afirma Vinicius do Prado, estudante de Jornalismo na UFPR e educomunicador no NCEP (Núcleo de Comunicação e Educação Popular).

Porém, não se pode limitar o uso da tecnologia ao instrumental, é necessário mudar a dinâmica das aulas. ‘’Para a educomunicação, o professor e o aluno devem ter uma relação horizontal, em que os dois apresentem conteúdos e aprendam um com o outro’’, comenta o estudante. O uso das tecnologias pode ser por meio de jogos para estimular narrativas e aprendizados ou, após essa fase inicial, as crianças podem divulgar seus aprendizados por meio de vídeos na internet, blogs e outras ferramentas.

Oficina de rádio escola realizada pelo NCEP no Colégio Estadual Manoel Ribas. (Foto: Plínio Lopes)

Nas oficinas ministradas pelo NCEP em escolas da rede pública de ensino, são trabalhados conteúdos sobre a utilização de blogs como forma de expressão, rádios na web e até mesmo a utilização do Facebook como forma de comunicação e divulgação dos conteúdos, isso tudo dentro das salas de aula. ‘’Algumas pessoas não entendem a importância da tecnologia ainda, mas com sorte e muito trabalho isso vai mudar’’, espera Prado.

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