Novela nos tempos de rádio?
A radionovela, ou a dramatização no rádio de textos literários de novela, chegou ao Brasil em 1941 com “Em Busca da Felicidade”. A primeira radionovela a ser transmitida era, originalmente cubana e deixou, durante 3 anos, todos com os ouvidos atentos às 10h30min.
Sucesso absoluto de audiência, esse tipo de programa tinha como principal característica a narrativa, chamada de "narrativa folhetinesca". Em um época onde o visual ainda não tinha tomado conta do cotidiano, fazia-se necessário passar todas as emoções e sentimentos através do som, para assim atingir quem estava em cada. O misto dinamismo e emoção, fizeram das radiosnovelas um grande fenômeno nacional, e por isso, é considerado um dos grandes responsáveis pela época de ouro do rádio.
Oduvaldo Vianna, Amaral Gurgel e Gilberto Martins são os primeiros importantes nomes da radionovela brasileira. Outros importantes nomes começaram a aparecer no cenário, entre eles Moysés Weltman, que em 1953, escreveu uma das radionovelas nacionais de maior sucesso, a "Jerônimo, o Herói do Sertão".
Dentre as rádios brasileiras, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi a principal referência na produção de radionovelas. Entre os anos 1941 e 1959 foram transmitidas pela emissora, 807 produções feitas por 118 autores.
Com a crescente popularização da televisão e com o alto custo de produção dos materiais para rádio, as radionovelas foram gradualmente diminuindo e sendo regravadas como telenovelas. Deste modo, o fenômeno que conquistou a todos nas décadas de 40, 50 e 60 perdeu espaço entre as grandes massas, mas tornou-se objeto de relevância para os pequenos nichos e projetos.
Exemplificando, temos as rádios-escola realizada pelos estudantes do Colégio Estadual Manoel Ribas e Colégio Herbert de Souza, parceiros do NCEP e que produzem tal conteúdo. E assim, da mesma forma que o futuro está nas mãos desses alunos, está em suas vozes o nosso passado e legado cultural.